Josef Vissariónovitch Stálin nasceu em 1878, em um território que fazia parte do Império Russo. Após uma participação em prol da revolução bolchevique, em 1924, ele se tornou o líder máximo da União Soviética. Foram 31 anos a frente da URSS promovendo a industrialização, urbanização, mas também o terror do poder centralizado e perseguições a inimigos políticos.

O filme “A morte de Stalin” aborda poucos dos seus longos anos de governo, mas mostra com clareza e objetividade o que era o terror das perseguições políticas e das famosas ‘listas’ de pessoas a serem executadas, extraditadas ou torturadas. Não obstante, uma grande massa da população russa apoiava e idolatrava Stalin mesmo com o conhecimento de todo o terror praticado.

Os momentos mais sérios da história política russa foram preservados pelo cineasta escocês Armando Iannucci, diretor do filme, que é um grande especialista em sátiras políticas. Ele e sua equipe sabiam que esses momentos históricos e tristes deveriam ser preservados e que o espectador deveria estar ciente disso em cada momento do filme. Cada fato relatado no filme é baseado na realidade.

O filme tem como base uma HQ francesa e retrata em tela o mais alto poder do Kremlin: Nikita Kruchov, Lavrenti Beria, Georgi Malenkov, Viatcheslav Molotov, o general Georgi Jukov e os filhos de Stalin. A priori parece estranho que todos falem inglês (em uma época que muitos tinham aversão a estrangeiros pelas ideias comunistas), mas isso aproxima um pouco mais o público da história do filme assim como o enfoque em uma essência capitalista após a morte de Stalin que foi trazida pelas ideias de mudanças e populismos de Lavrenti Beria. Sendo uma mistura de sátira e momentos sérios, o filme mostra a busca do poder após a morte de Stalin, com seu sucessor natural Georgi Malenkov, e as articulações de Nikita Kruchov e Lavrenti Beria.

Essa sátira entre os poderosos que coloca o público em dúvida em muitas hora do que pode ter acontecido de fato e o que não. As cenas das articulações contra Beria e de seu fim são chocantes. Na Rússia o filme foi proibido de ser exibido em meados de janeiro desse ano pelo tom satírico com que a história política russa é tratada. No site do Ministério da Cultura russo, o filme foi definido como um escárnio e uma abominação, uma conspiração do Ocidente para desestabilizar a Rússia. Vários membros da Duma já haviam tachado a produção de inadmissível, exigindo sua proibição.

Em nenhum momento foi mencionado que foi em respeito à morte das diversas vítimas no período do Terror do século 20 da Rússia. Segundo o site Nexo: “…em uma entrevista com o diretor de cinema Oliver Stone divulgada em 2017 e transformada em série documental, Putin comparou Stálin a Napoleão, e afirmou que, apesar dos ‘horrores do stalinismo’, o líder é uma ‘figura complexa’, e que a excessiva demonização de Stálin é uma das formas de os inimigos da Rússia a atacarem”.

Nós indicamos o filme! Vale a pena ver uma visão mais Ocidental e satírica do que foi o período entre a Morte de Stalin, o curto governo de Georgi Malenkov e as articulações de Nikita Kruchov (em que o ator Steve Buscemi brilhantemente interpreta ao lado de Simon Russell Beale que faz Lavrenti Beria) para ascender ao poder russo.

Assista o trailer:

Texto: Michelle Roque

Fontes: https://goo.gl/M4nKE3,  https://goo.gl/EkkntD  https://goo.gl/y3LwRp  https://goo.gl/mT7VvH

Leia a critica do filme: