Finalmente a sequência que muita gente esperava chega essa semana aos cinemas. Quando o filme “O Telefone Preto” foi lançado em 2021, muitos fãs de mistério e terror saíram das salas de cinema boquiabertos com a história que acabaram de assistir. Uma história de crime, sequestro de crianças, violência, sobrenatural e com muitas reviravoltas. A partir do momento em que os créditos do filme subiram, muitas respostas ficaram pendentes e muitas histórias deixaram de ser contadas, porém o momento de sanar todas as dúvidas enfim chegou. 

Quatro anos após o lançamento do primeiro filme, chega a sequência tão aguardada, “O Telefone Preto 2”. Eu sempre digo que uma sequência é sempre muito perigosa, principalmente quando vem de um filme de sucesso, pois é muito fácil a narrativa se perder no meio do caminho e acabar entregando muito menos do que era esperado.
Não podemos dizer isso de “O Telefone Preto 2”. 

No filme, que também se passa quatro anos após os acontecimentos iniciais, temos o garoto Finney, agora com seus 17 anos, que mesmo depois de alguns anos ainda tenta conviver com o trauma deixado. E já no começo do filme podemos notar que ele não vem lidando muito bem com isso. 

Sua irmã, Gwen, agora com 15 anos, também tenta levar uma vida normal de adolescente porém tudo é novamente interrompido quando ela passa a ter visões perturbadoras em seus sonhos onde um telefone preto toca e ela conversa com uma garota misteriosa ao mesmo tempo em que vê três garotos desconhecidos sendo perseguidos em um acampamento de inverno chamado Alpine Lake.  

Convencida de que existe algo nesse acampamento que possa explicar as suas visões, Gwen, Finney e um amigo arranjam um emprego temporário como monitores do acampamento. O que eles não esperavam era que devido a uma forte nevasca, a chegada das crianças havia sido cancelada e eles estavam isolados apenas na companhia do proprietário do local. 

É claro que estar isolado em um acampamento vazio e coberto de neve é um prato cheio para aumentar a tensão, a vulnerabilidade e intensificar as visões de Gwen que além dos pesadelos também tem o sonambulismo como bônus.

A partir desse momento, o telefone preto toca, o sequestrador reaparece e a paz não se torna uma opção. 

 

 

O Telefone Preto 2 é um filme muito mais sombrio e sobrenatural do que o primeiro. A começar pelo fato que sim, o Sequestrador está morto e volta exclusivamente para infernizar a família de Finney. Porém, nessa sequência, Finney não é o protagonista, mas sim sua irmã Gwen, que se torna a vítima principal do sequestrador que passa a atacá-la por meio de seus pesadelos. Pensando assim, parece até mesmo uma nova versão do vilão clássico Freddie Krueger de A Hora do Pesadelo  que atacava suas vítimas exatamente por meio de seus pesadelos. 

E por falar em pesadelos, as cenas das visões de Gwen me chamaram muito a atenção por trabalhar com uma estética visual diferente. Imagens escuras e granuladas, tais como uma filmagem antiga, câmeras tremidas não estabilizadas com a pura intenção de gerar desconforto no espectador. 

Além dessas cenas, outras que também chamam a atenção e acabam sendo diferentes do primeiro filme, são as cenas Gore. Podemos dizer que O Telefone Preto 2 é muito mais ousado com essas cenas, o que explica a classificação indicativa para 18 anos.

Apesar de entregar respostas e ter uma história muito bem amarrada ao primeiro filme, a sequência também traz cenas que apesar de funcionar, também podem ser vistas por um viés cômico. Como as cenas de luta de Finney e Gwen com o Sequestrador invisível e a cena final da patinação no gelo. Funciona, mas deixa uma sensação de constrangimento no ar. 

A pergunta que fica é, o 2 é mesmo melhor que o 1? Na minha opinião, não. O primeiro Telefone Preto é muito mais memorável e hipnotizante que o segundo. Mas, mesmo trilhando um caminho mais sobrenatural, O Telefone Preto 2 é um bom filme que todos os fãs do primeiro devem assistir. 

Avaliação: ★★★