Por Michelle Roque

O premiadíssimo musical “Querido Evan Hansen” vem agora para sua versão cinematográfica. O musical  já foi vencedor dos prêmios Tony e Grammy sobre Evan Hansen (Ben Platt), e conta a história de um garoto no último ano do colegial, que tem distúrbios de ansiedade social e depressão, sofre bullying no colégio e em uma confusão percebe sua vida virando do avesso após a morte de um colega de turma por suicídio. Apesar do musical da Broadway ser super premiado, as críticas do filme não estavam as mais animadoras e fomos conferir com poucas expectativas. Mas tivemos uma grata surpresa!

Em tempos que a saúde física e psicológica se fazem tão essenciais, principalmente nos últimos dois anos, em virtude da pandemia, “Querido Evan Hansen” vem num ‘timing’ perfeito abordando esses temas de forma mais sensibilizada, apesar de nem todo tempo assertiva.

A identificação com o personagem principal é inevitável, visto que se o espectador não sofreu como ele algum dia, certamente conheceu alguém assim. Mas o filme também traz a mensagem que até as pessoas de destaque em um colégio tem seus problemas pessoais e muitas vezes psicológicos, mostrando suas vulnerabilidades. Isso faz o espectador ter uma conexão maior com a história e com o atual momento do mundo.

Evan Hansen se vê em situações complicadas por sua própria personalidade, onde ao querer agradar se coloca em situações inesperadas. Foi assim, por exemplo, que conheceu Connor, o jovem aluno do colégio que em dado momento fez bullying com Evan e posteriormente teve um fim trágico. Para não magoar os pais de Connor e ao saber que possivelmente Evan era um amigo de seu filho, Evan Hansen mente sobre vários fatos se colocando em muitas enrascadas por suas próprias criações.

A história sensibiliza pelos personagens, que sofrem dos mais diversos distúrbios, que se unem em memória de Connor e buscam por apoio pela saúde mental. Mas como nem tudo são flores, sim, o filme desliza em alguns aspectos, como justificar as mentiras de Evan por ele sofrer com ansiedade e depressão e não se aprofundar um pouco mais na história do personagem de Connor, que foi abordada de maneira superficial para o tamanho da importância do acontecimento da atitude dele na história.

As músicas compostas para o filme são ótimas e foram realizadas por dupla Benj Pasek e Justin Paul, os mesmos responsáveis por “La La Land: Cantando Estações” e “O Rei do Show”. E falando em nomes, o filme conta com estrelas já conhecidas do público como Amy Adams, Juliane Moore, Ben Platt, Amanda Stenberg, Colton Ryan e Danny Pino.

Ao ver a adaptação cinematográfica entendemos o sucesso da Broadway principalmente entre os jovens – e talvez seja isso o porque de muitos críticos não entenderam a razão de tanto sucesso – a conexão. O mundo clama por conexão emocional, conexão mental e isso o filme aborda de forma excepcional. Ele traz a tona várias emoções durante o longa e mostra como o mundo necessita de conexão entre as pessoas em prol de uma vida mais saudável. Então fica a dica para quem for conferir nas telonas, vale a pena sim!