Filme “Back to Black” sobre a vida de Amy Winehouse, tinha potencial mas passou o pano com tanta força que se perdeu – por Milly Rodrigs

 

Em um primeiro momento um filme sobre a grande cantora Amy Winehouse pode ser uma boa ideia, causando até mesmo uma grande excitação por parte dos fãs, porém quando você percebe que a produção do filme vem sendo impactada diretamente por aqueles que são considerados os responsáveis pela queda da estrela, isso se torna uma grande preocupação. 

O filme biográfico contando a história da vida pessoal e carreira de uma das cantoras mais famosas desse mundo, vem sendo cogitado há alguns anos. Os rumores começaram logo após o lançamento do documentário impactante Amy.

Após uma onda de filmes biográficos de sucesso sobre grandes nomes da música, tais como Elvis, Rocketman, Bohemian Raphsody, o mais recente One Love, entre outros, era uma certeza que logo chegaria um filme cinematográfico sobre Amy Winehouse, e olha só quem acaba de estrear nas telas dos cinemas de todo o Brasil!

O longa Back to Black estreou oficialmente nesta quinta-feira (16), causando por um lado uma onda de curiosidade e por outro lado uma onda de desaprovação da parte daqueles que já puderam assistir ao filme. E o motivo de tal descontentamento está na forma de como foi contada a história da artista. 

Indo direto ao ponto, existe um pano gigantesco sendo passado para o pai de Amy, Mitchell Winehouse e também, acredite se quiser, para o próprio Blake Fielder-Civil, o ex-marido, ambos já apontados como os responsáveis pelas crises da cantora. 

Não seria de se espantar, já que desde o início dos primeiros boatos sobre o filme, Mitchell estava lá a par e claramente dando pitacos sobre o roteiro do longa. E até mesmo sugerindo que George Clooney o interpretasse! 

Pra você ter ideia, o longa pinta Mitchell como sendo o caminho da luz na vida de Amy. Acho que tem algo bem errado aí! E dadas essas situações, podemos entender o descontentamento de tantos fãs. 

 

 

Back to Black é um filme que retrata a vida de Amy Winehouse, mostrando desde a sua juventude cheia de sonhos até o seu final trágico em 23 de julho de 2011. 

É perceptível que mesmo mostrando a sua ascensão musical, composições, prêmios e seu reconhecimento internacional, o filme evidencia muito mais o lado emocional da cantora, afinal de contas ela mesma dizia que não fazia música apenas por fazer, mas sim que ela vivia o que cantava, e é nesse caminho que o filme te leva. 

Back to Black traz o relacionamento de Amy e Blake como ponto central da trama, quando eles se conhecem em um bar, as idas e vindas do casal, o sofrimento de Amy a cada término, resultando na sua entrada no mundo das drogas. 

O filme deixa claro o amor unilateral entre Amy e Blake, beirando à obsessão, (da parte de Amy claro), já que Blake não pensava duas vezes em magoar a cantora e a procurar por mero interesse financeiro. 

Mesmo assim, a forma branda com que o filme retrata esse relacionamento tóxico é incômoda. 

Porém, vamos falar dos pontos positivos! Porque sim, eles também existem!

O filme encanta por ser sobre Amy Winehouse, e apesar dos seus erros, tem cenas belíssimas e emocionantes, tais como a proximidade e o amor com sua avó materna Cynthia. A responsável por ensinar o penteado colmeia tão famoso na carreira de Amy. 

Várias partes do filme, parecem até mesmo um clipe musical, principalmente na homônima Back to Black, linkando alguns acontecimentos em outro e se tornando uma das cenas mais belas do filme. 

Além disso, a atriz que interpreta Amy, Marisa Abela, que foi escolhida inclusive por Mitchell, desempenhou um excelente trabalho, não impecável, porém esforçado e carismático. Incorporou seus trejeitos na fala, no andar e principalmente em cima do palco. Em alguns ângulos era possível visualizar a própria Amy em Abela, em outros, nem tanto, porém foi um trabalho bem desempenhado. 

Outro ponto positivo é a trilha sonora que conta não apenas com as músicas Amy, mas também com grandes clássicos do jazz marcando as cenas frágeis do filme. 

Back to Black está longe de ser um filme biográfico perfeito e nem se compara ao documentário, e o motivo é por ele seguir mais a linha fictícia do que os fatos reais. Tinha potencial de ser gigante, mas o pano que foi passado o atrapalhou e não foi pouco. 

 

Avaliação: 

★★