“Imaculada” promete um banquete aos fãs de terror mas entrega só uma bolachinha água e sal – por Milly Rodrigs

 

Vamos combinar que o pack de filmes de Terror + igreja católica + freiras anda bastante saturado.

Depois do sucesso do filme A Freira (2018) da franquia Invocação do Mal, poucos filmes realmente chamaram a atenção, e olha que já foram vários sucessores com a mesma temática. Salvo o longa “A Primeira Profecia” deste ano que foi uma boa surpresa trabalhando com o mesmo pack. 

E por falar nele, o novo filme de terror que estreia essa semana nos cinemas traz a mesma premissa que “A Primeira Profecia” que até mesmo durante a leitura da sinopse, chega a gerar uma dúvida se não é o mesmo filme com um outro elenco. 

O longa “Imaculada” chegou na última quinta-feira (30), em pleno feriado de Corpus Christi nos cinemas prometendo ser perturbador. Meses antes da estreia oficial muitas notícias surgiram na internet relatando o quão “pesado” era Imaculada e o quanto as pessoas passaram mal nas salas de cinema durante o filme. Notícias como essa aumentam muito a expectativa dos fãs do gênero. 

Mas será mesmo que “Imaculada” é capaz de mexer tanto assim com o psicológico do povo? 

 

Estrelado por Sydney Sweeney, “Imaculada” conta a história de Cecília, uma noviça norte americana que se muda a pedidos do padre Sal Tedeschi (Álvaro Morte, de La Casa de Papel), para um convento na Itália com a intenção de se tornar uma freira e viver uma vida de devoção. 

Claramente que esse desejo será interrompido, assim como em qualquer filme com a mesma temática, pois o que era pra ser apenas um convento e uma vida dedicada a Deus acaba se tornando um grande pesadelo para Cecília

A começar pelo fato de que poucos dias após a sua chegada no convento, Cecília descobre estar grávida, mesmo ainda sendo virgem. Após uma série de questionamentos e investigações, esse acontecimento acaba sendo visto como um milagre pelas outras freiras do convento que acreditam que essa gravidez imaculada resultará no retorno de Jesus Cristo.

Esse acontecimento improvável junto com inúmeras figuras encapuzadas que percorrem os corredores do convento, acabam instigando Cecília a explorar os segredos daquele lugar. E dali pra frente, a noviça se vê presa em uma narrativa na qual ela não quer fazer parte. 

Diferente do filme citado acima “A Primeira Profecia“, o longa “Imaculada” além de ser um filme original, não desenvolve muito bem a narrativa, deixa várias lacunas ao longo da trama e o que era pra ser um filme “bombástico” acaba se tornando até mesmo entediante.

Uma pena pois, Sydney Sweeney desenvolve muito bem o seu papel como protagonista provando o seu talento e a sua dedicação em papéis variados que ela tem feito ao longo dos últimos anos, e agora no gênero terror ela também consegue brilhar.

Uma pena o filme ter entregue poucas cenas realmente importantes para que ela pudesse se destacar mais ainda. 

Além dela, Álvaro Morte também vai muito bem no seu papel de vilão coadjuvante, porém não convence do seu propósito como personagem.

A sensação que “Imaculada” nos passa é que ele mesmo se perde em sua própria narrativa. Por vezes dá a entender que o convento possa ser amaldiçoado, por outras é a maldade humana que se destaca. É como se ele procurasse algo o tempo todo para que pudesse assustar o espectador e cumprir com seu propósito de “filme de terror” . 

Sendo bem sincera, a melhor cena do filme é a ultima, – e isso nem é meme – quando Cecília entra em um surto de medo, dor e alívio e grita a plenos pulmões com a câmera focada em seu rosto. 

Nessa cena Sydney se provou mais uma vez como uma excelente atriz e como ela se entregou ao papel de Cecília. É uma cena chocante e angustiante. Porém tem que passar pelas 1 hora e 20 minutos de uma trama sem muito tempero até chegar nela. 

 

Avaliação: 

★★